quinta-feira, 13 de outubro de 2016

RESENHA CRÍTCA DO LIVRO LUMÍNIOS – A VITÓRIA DOS EXILADOS



Imagine como seria um romance de fantasia nos moldes de O Senhor dos Anéis com toda a magia de Harry Potter, escrito por um brasileiro, potiguar, natural da cidade de Natal-RN!

















 Foi assim, com essa perplexidade que me senti lendo o livro Lumínios - A Vitoria dos Exilados, primeiro livro de uma saga escrita pelo resenhista crítico e professor de geografia do ensino fundamental e médio Paulo Cesar Palhares, o P.C. Palhares como ele assina na obra. 














Um dos personagens desenhado por Marcos Guerra, o dono da K-Ótica Loja. 



Publicação recente dos selos editoriais da capital potiguar CJA Edições e Trairy Books, Lumínios traz um total de 143 páginas distribuídas em 38 capítulos apresentando, um envolvente enredo que gira em torno de um território chamado Lumínios, um lugar “comandado por instituições regenciais que trabalham para construção e desenvolvimento de toda a região, cada qual desempenhando uma função específica”. Dentre estas, a que o romance mais destaca é a Regência Mantos Azuis, um lugar importante por pregar a ordem e a sabedoria, fica localizado na capital Ápricis.


 












 No sistema político democrático deste lugar, eles costumam eleger a cada período um novo Grande Comendador, representando a figura do líder indicado por uma dessas instituições que regem Lumínios. Até chegar ao momento onde eles não conseguem entrar em acordo e aí tem início a jornada da nossa história trazendo um grupo de guerreiros que terão como missão em sua trajetória, proteger e trazer a paz ao mal que está para surgir em Lumínios. É neste cenário imaginário escapista, com toques fabulares de fantasia, somados as fórmulas de magia mesclado as novelas de cavalaria e muitas doses de lendas medievalistas arturianas, que foge completamente da realidade brasileira que temos em  um romance, único, inovador e  por assim  dizer revolucionário no estilo próprio de literatura nacional que estamos acostumados a ler, fugindo um pouco das fórmulas folhetinescas ou mesmo de crônicas que refletem bem os tipos sociais brasileiros. A primeira vista, pode até parecer estranho um escritor brasileiro da terra potiguar  escrever este tipo de literatura, ainda mais tendo como ambientação um lugar imaginário, que não reflete em nada a realidade brasileira, e com estes elementos ele usa e abusa do recurso narrativo da licença poética e criativa para nos apresentar o seu universo peculiar de Lumínios.




 














 Trazendo das muitas referencias de alguns autores experts neste universo como J.R.R.Tolkien (1892-1973), autor de “O Hobbit” e “O Senhor dos Anéis”, também em C.S.Lewis (1898-1963) autor das “Crônicas de Nárnia”, Douglas Adams (1952-2001) autor do “Guia dos Mochileiros das Galáxias”, Lewis Carroll (1832-1898) autor de “Alice no país das maravilhas” e no brasileiro e nordestino da Paraíba Ariano Suassuna (1927-2014) autor do livro teatral “O Auto da Compadecida”, autores que inspiram o grande fã Palhares. Ainda que alguns haters faça muito rebuliço o acusando de estar copiando uma formula típica do  estrangeiro, não só pelo modelo como ele formatou, esculpiu e dilapidou sua obra, como também de assinar abreviado como costumam fazer muitos autores britânicos e americanos. De todo jeito, o livro trata-se de uma aventura fascinante, com todo um clima de pura viagem imaginativa com personagens cujos nomes são bem peculiares para guerreiros, o que pode ser explicado pelas influências dos idiomas latinos, anglo-saxão e céltico para criar o ambiente medieval da obra. Como Ignis Fênix Renovatio, Urit Draco, Lavina Lockheart, Veigar Beemoth, Magno Lionheart e Raffreddore de Vincenza. Dentre outras influencias de diversas culturas, de diferentes povos que tornam o conteúdo desta obra bastante riquíssima. 

 










 



























Para quem espera um clima de batalhas épicas, vou logo baixando a bola, explicando que este livro não nos apresenta nada disto! Trata-se de uma obra de pura introdução, mostrando o desenvolvimento de cada personagem para fluir a trama do livro e inspirar possíveis tramas nas próximas edições.














Minha edição autografada pelo P.C.Palhares.




 












P.C.Palhares me entregando pessoalmente a edição de Lumínios- A Vitória dos Exilados. 


Há muitos diálogos com teor filosófico e profundamente reflexivos abordando questões religiosas e politicas, que, se você não entrar de cabeça no livro, pode ser que você se perca, pode ser que você fique entediado, e também pode ser que você descubra coincidências no mundo real. O clima de batalha épica o autor deixou para o final com um importante gancho para o livro seguinte desta saga literária. Posso resumir que o livro é uma ótima pedida para a pessoa despertar sua imaginação com os personagens fabulares e o clima de intensa intriga palaciana que envolve o enredo de Lumínios. Recomendo este livro, em especial para os que gostam de quadrinhos, principalmente pela capa ilustrada com as criaturas mitológicas do dragão e da fênix, brilhantemente desenhada pelo Marcos Guerra, quadrinista também Potiguar, dono da célebre loja de quadrinhos em Natal/RN K-Ótica, que também ilustrou os desenhos de alguns personagens da obra, que aparecem nas páginas iniciais assim que você folheia. A arte dos detalhes do traçado de cada personagem, somados as paletas de cores que ele também criou, tornou o acabamento perfeito, ajudando assim ao leitor usar desta referência para imaginar cada personagem em cada situação bem descrita no livro. Para finalizar, pego a frase que o P.C. Palhares menciona com muita frequência e que inclusive está escrito no autógrafo do meu exemplar, que é “Vamos iluminar o mundo”. Esta obra tem potencial para ser um best-seller.