2016 foi um importante ano para
mim nas leituras de Hqs, onde tive o privilegio de ler muitas produções de
autores potiguares. Isto desde que fui
prestigiar uns lançamentos na antiga K-Ótica. E fui ao evento do Saga 2.0
ocorrido em Outubro onde adquiri a edição da qual estou aqui descrevendo que é “Marieta-Volume 1”. Uma
produção que é fruto da parceria de pai e filha, no caso do José Veríssimo e da Ju Veríssimo. Graças ao financiamento coletivo do Cartase.
De todas as edições da HQ
dos autores potiguares que comprei e pude
ler ao longo desse ano de 2016, Marieta carrega muitos diferenciais, a primeira de
cara está no formato do seu encadernado
de 25,5 cm x 17,5 cm, pela informação
que colhe com o próprio autor ele publicou esta edição num formato que não tem um nome especifico, mas que não é comum para publicação de
livros. Ele também comentou que adotou desta forma com o intuito de valorizar a
diagramação das tirinhas apresentadas na obra, bem diferente do formato, por
exemplo, de Lampião na Terra dos Santos Valentes do trio Marcos Guerra, Marcos
Garcia e Carlos Alberto que era em um formato maior parecendo o formato
americano de luxo. Aproveitando que já entrei no assunto, as tirinhas são
outros diferenciais com relação as
outras edições de autores potiguares que
li em 2016. Enquanto que, por exemplo,
Lampião na Terra dos Santos Valentes apresentava um arco bem fechado com a abordagem de uma trama que reconstituía
o temido evento da Invasão de Lampião e seu bando ao município de Mossoró em
1927.
Eu fantasiado de Batman no Saga 2.0 recebendo das mãos do José Veríssimo a edição de Marieta Volume 1.
Aqui em Marieta é
completamente o contrário, são 130 histórias com cada tirinha apresentando uma
situação peculiar ao longo de 106 páginas da edição. Com lombada quadrada e em
capa cartonada. Mas o principal diferencial que Marieta apresenta com relação
as outras edições de quadrinistas potiguares que li ao longo desse ano é o fato
das ilustrações serem coloridas, característica que tanto em Lampião na Terra
dos Santos Valentes e Quando os anjo queimaram de autoria do trio Marcos G uerra, Marcos Garcia e Carlos Alberto, quanto
Parsifal 1 e 2 do Alexsandro Alves e Antonieto Pereira onde as ilustrações não eram coloridas, os traços
ficavam em preto e branco. Uma das razões para isto envolvem os custos
altíssimos na edição, que por outro lado eram importante para a identidade
visual da obra. No caso de Marieta, as cores aqui apresentadas conseguem servir
como uma boa identidade visual para o traço
cartunesco adotado pelo autor que bem remete as leituras do gibis da Turma da Mônica daquelas em
formatinho. As cores com toques bem
neutros aplicados no computador. Todos bem desenhados pelo José Veríssimo, na
parte do roteiro, melhor dizendo, dos roteiros, já que a edição traz diferentes
histórias ambientado em diferentes e variadas situações com muito bom humor que
traz um reflexo muito curioso das nossas situações rotineiras representado na figura da
simpática velhinha que dá título a obra ele contou com a colaboração de sua
filha Ju Veríssimo que também colaborou na parte da diagramação e das cores e
na concepção da capa. O José Veríssimo criou a personagem primeiramente para a
internet livremente inspirada na sua mãe que nos transmiti uma sensação muito
curiosa de fácil identificação de como
se ela fosse a típica avó que cada um de nós tem, ou tinha dependendo se você já
não tem mais viva neste plano físico.
Autografo personalizado do José Veríssimo na edição que adquiri no Saga 2.0
Cada uma das 130 histórias
contidas na edição, trazem em tom de humor em situações comuns do dia a dia a
personagem fazendo criticas ácidas com o mundo da modernidade, ao cenário político do Brasil, e
as vezes tira sarro com a própria obra, entre muitas obras criticas
apresentadas, principalmente quando
entra em conflitos de geração com sua neta adolescente, que na obra não tem um
nome próprio, é chamado por ela apenas de Netinha, e suas amizades com seres
muitos exóticos como a Morte aqui representada na típica figura do ser
encapuzado com máscara de Jason do filme “Sexta-feira 13”, com uma foice, e com
o Etezinho estranhando o estilo de vida dos humanos, também com teor ácido nos diálogos, mas sem precisar ser muito
vulgar, apresentar umas sutilezas mais refinadas.
Para finalizar a minha resenha
critica desta edição, que foi publicada pelo próprio Veríssimo com seu selo
Pinguins Calientes, impresso em papel offset 90 g/m2, pela
Impressão Gráfica e Editora. Outros fatos curiosos a falar sobre a edição, é
que atrás na contracapa temos dois textos com ótimos comentários críticos sobre Marieta, uma é da roteirista e
colaboradora do Universo HQ Milena Azevedo e o outro do jornalista, roteirista e idealizador
audiovisual Henrique Arruda. Aqui uma reprodução desses comentários:
“Feita a quatro mãos por pai
e filha, Marieta resgata s bem humoradas criticas de costumes das tiras de
família do inicio do séc.XX, dando ênfase a um peculiar choque de gerações,
onde uma vovó ora comete gafes, ora dá alta lições de vida ao tentar ser tão
antenada quanto a sua netinha”.
Milena Azevedo.
“Como bem sabemos a união
faz a força, e entre pai e filha também faz quadrinhos. Vida longa a vovó mais
carismática do universo da HQ Potiguar. Na internet ou nas páginas de um livro
“Marieta”(e sua turma” sempre será fonte de diversão para toda a família, e uma
ótima leitura para os jovens. Que mais personagens e aventuras possam surgir
desses dois Veríssimo”.
Henrique Arruda.
Além disso, esta edição
também traz um ótimo prefácio do jornalista e professo do Departamento de Letras
da UNFESP(Universidade Federal de São Paulo) Paulo Ramos que traz um pouco da
introdução explicativa do que se trata a obra em si. Também apresenta como
conteúdo extra, principalmente após a página 84 finalizar trazendo os próprios
autores interagindo com o público quebrando a quarta parede se despedindo dos
leitores. Em breve temos a própria Marieta e a Netinha saindo de uma folha para
se despedirem da gente. Temos então seis páginas trazendo a Marieta desenhada
pelas mãos diferentes artistas como Analu Medeiros, Geraldo Borges , Gilvan
Lira, do próprio José Veríssimo e sua filha, Márcio Coelho, Nelson Falcão,
Rodrigo Brum, Saulo Daniel, Victor Estivador, Wanderline Freitas, Wendell
Cavalcanti e Williandi Albuquerque. Com agradecimentos dos apoiadores e com uma
tirinha extra da Marieta usada para a campanha coletiva do Cartase.
Para finalizar recomendo e
você leitor, que ficou interessado em adquirir esta obra, existem duas formas de poder adquirir
uma delas é indo na HQZ, a nova loja de
quadrinho do Marcos Guerra, antigo proprietário da K-Ótica, localizado na
Salgado Filho, em frente ao Shopping Midway Mall. Eu estive presente lá quando
foi inaugurado no último sábado de novembro e vi algumas edições de Marieta disponíveis
a venda.
Outra forma de também poder adquirir
é por meio do próprio José Veríssimo no
contato via facebook na página da Marieta que vou deixar aqui em baixo