2016 foi um ano
fenomenal onde os fãs dos super-heróis
viveram mesmo um êxtase no cinema com uma enxurrada de títulos. Só no primeiro
semestre tivemos quatro meses seguidos com títulos de heróis. Começamos com
Deadpool que estreou em fevereiro, seguido de Batman Vs Superman: A Origem da
Justiça em março, Capitão América: Guerra Civil em abril e finalizando com
X-men: Apocalise. E no segundo semestre tivemos num intervalo de dois meses
Esquadrão Suicida e Doutor Estranho. Ou seja, o cinema foi dominado pelos super-heróis.
Farei abaixo meu balanço de cada um dos filmes de
super-heróis de 2016 que eu assisti pela
ordem cronológica de lançamento.
O filme mais improvável,
mais incógnito, mais incerto ao qual a critica especializada e os fãs marvetes,
mais ficavam com muito receio a ponto de esperar que este filme resultasse num
grande fracasso. Diversos foram os fatores que sustentavam esta ideia de
fracasso, dentre estes destaco quatro
pontos. Primeiro ponto: O fato do personagem não ser muito conhecido do grande público.
Segundo ponto: O personagem por ter uma essência muito insana, por ser um
mercenário usando duas espadas para matar o inimigo e expondo o
sangue, e como filme ia nessa pegada o
que podia prejudicar a bilheteria por receber uma classificação limite para
maiores de 18 anos com este teor de violência muito explicita, com diálogos
cheio de palavrões, ainda por cima com um personagem tagarela como ele e
mostrando cenas eróticas num bar com strippers nuas tudo isso enfim já gerava o
fator de risco do filme virar um fracasso. O terceiro ponto: Este era o que deixava
a critica receosa era o fato dele contar
como protagonista logo Ryan Reynolds,
que já tinha participado de outras produções de super-heróis nos quais a
experiência não foi muito agradável. Fez o Deadpool no X-Men:
Origens-Wolverine(2009), cuja representação foi de tão péssima, que até hoje
ninguém gosta de lembrar, e depois estrelou “Lanterna Verde”(2011), filme da
Warner, inspirado num herói da DC Comics. Fracasso de critica e bilheteria. Por
fim, o quarto e último ponto que gerava uma grande certeza da critica
especializada do filme ser um fracasso de todos estes pontos mencionados acima
era pelo fato dele ser produzido pela
Fox. No geral, tudo isto gerou foi o
fator para o clima de insegurança sobre o filme, até mesmo eu fiquei meio
receoso desse filme. O que pelo jeito, quebramos a cara e queimamos a língua.
Porque o filme mostrou ser uma grande surpresa inesperada. Mesmo não sendo uma
produção caprichada e sendo dirigido pelo Tim Miller, que não tem currículo
algum no cinema. Tendo poucas estrelas no elenco além do Ryan Reynolds e da
brasileira Morena Bacarrin estrela das
séries de tv americanas, que no filme faz Vanessa, namorada do herói. Os coadjuvantes
são praticamente desconhecidos do grande público. Ainda assim o filme foi uma grande surpresa no começo do ano. Pode-se dizer que
uma das coisas que fez o filme virar um grande sucesso, foi fato dele mesmo não
se levar a sério, o tempo todo desde os créditos iniciais na abertura já começa
logo zoando sobre a produção, os
diálogos contém o tempo todo piadas ácidas apresentando tom referencial, o Deadpool do filme respeita a essência do
Deadpool nos quadrinhos, com seu jeito malandrão, tagarela e quebrando a quarta
parede o tempo todo. Com uma trilha sonora que traz um revival de duas balada românticas dos anos 1980 como “Careless
Whisper”, sucesso de George Michael(1963-2016) e “You´re the inspiration”,
canção da banda Chicago. A trama apesar de apresentar algumas falhas e com um
aspecto um tanto medíocre consegue ser
cativante, com uma história mais pé no chão, sem se utilizar de muitos toques
de escapismo, ou mesmo de muito exagero de CGI para justificar a ideia de
grande ameaça mundial para causar uma grande catástrofe. A Fox acertou mesmo em
trabalhar com um herói mais improvável do mundo, que com certeza se tivesse no
Universo Cinematográfico Marvel teriam suavizar muito o roteiro. Que venha
Deadpool 2.
O filme mais aguardado do ano dividiu muito as opiniões
da critica especializada e dos dcnautas. Estreou no período do feriado de Semana Santa,
a trama apesar de apresentar muitas falhas, ainda assim me surpreendeu bastante. Dos
acertos que posso destacar está no fato deles terem bem introduzido a figura do
novo Batman logo na abertura, mostrando qual a sua motivação para encarar o
Superman. Consequência de quando ele esteve em Metropolis e lá foi testemunha
ocular do acontecimento da batalha do Superman contra o General Zod. Nesse
interim a trama foi explorando alguns pontos soltos do filme do Homem de Aço e
introduzindo a Mulher-Maravilha em seu filme solo, no qual se mostrou a grande surpresa e o
momento da batalha épica dos mais icônicos heróis da DC. Agora a parte que que
para mim mais pecou no filme, foi o Lex Luthor como vilão, sua representação no
filme não ficou muito convincente de que seria ameaçador, ficava ali mais de
enfeite como um bobo da corte. O Apocalipse foi pouco explorado no filme. E o
excesso de pirotecnia jorrando na tua cara bem ao estilo Zack Snyder,
atrapalhou e muito o andamento da narrativa. Entre pós e contra ainda assim é
um filme que merece ser assistido.
O terceiro filme do Sentinela da Liberdade, responsável
por iniciar a Fase 3 do Universo Cinematográfico Marvel. Era dentre todos o que mais me gerava um forte
receio. Principalmente pelo fato de ser
adaptado de um importante arco dos
quadrinhos, onde ele e o Homem de Ferro vivem em confronto sobre a Lei dos
Registros dos Heróis imposta pelo Governo Americano após o trágico acidente
provocado por um grupos de jovens com super poderes que estavam se exibindo
para um reality show e
irresponsavelmente um utilizou o poder para provocar um incêndio numa escola . O
que gerou a motivação para haver uma divisão na equipe, de um lado está os que
apoiam o Homem de Ferro e do outro o Capitão América. Como se não fosse o
bastante a ideia de adaptar o roteiro de uma grande saga dos quadrinhos, dentro
de um filme solo do Capitão América, para transformar o Homem de Ferro em vilão, sendo o Vingador Dourado o mais amado do
público do cinema. Onde nos quadrinhos a equipe tinha muitos componentes que
não foram introduzidos no cinema, principalmente os X-men e o Quarteto
Fantástico que estão na propriedade cinematográfica da Fox. Também de como eles
iriam introduzir o Homem-Aranha no filme, bem no momento que a Marvel adquiriu
o direito do Cabeça de Teia, que antes estava nas mãos da Sony. Ainda mais que no arco do quadrinho, ele tem uma função
importante de ao ficar do lado do Homem de Ferro, revelava para todo mundo sua
real identidade de Peter Parker, e depois que fez vai para o time do Capitão
América. Além do Homem-Aranha, também fiquei receoso quanto a introdução do
Pantera Negra.
Tudo isso foi deixado de lado depois que me surpreendi com todo o clima de ação tensa numa atmosfera de thriller politico que
os Irmãos Antony e Joe Russo conseguiram mais uma vez acertar a mão. Cheio de
impacto, cheio de porrada, com uma trama
mais enxuta e sabendo bem dosar o tempo de tela de cada personagem. Soube
bem como introduzir o Pantera Negra, e mostrando qual sua motivação para entrar
no time do Homem de Ferro, ele já deixou para seu filme solo desta terceira
fase, assim como a introdução do Homem-Aranha foi uma grande surpresa, o que eu
mais temia, mas despois me deixou aliviado
e trazendo o gancho para seu filme solo que estreia agora em 2017. Ainda
que o filme apresente alguns pontos falhos na formula Marvel de trazer sempre
piada numa cena que exige tensão, o que gera uma quebra de ritmo e do clima da
cena. Mas dentre todos estes, o pior mesmo foi o Barão Zemo como vilão do filme
mostrou-se uma grande decepção, era um completo inútil agindo nos bastidores
para manipular toda a intriga, usando do Soldado Invernal como seu fantoche, e
a razão para a discórdia da equipe. Principalmente por saber do segredo que ele
foi responsável por matar os pais de Tony Stark/Homem de Ferro em 1991. Além do
fato de eu pessoalmente ter achado estranho ver Marisa Tomei, uma atriz
bonitona na pele da Tia May. De todos os males, pode-se dizer que o filme
carrega muitos acertos e merece ser sempre assistido em casa quando você não
tiver nada o que fazer em casa.
O esperado terceiro capítulo da saga prequela da franquia
mutante produzida pela Fox. Foi uma produção que a meu ver acertou bem em
explorar a introdução do Apocalipse como vilão o apresentou na premissa se
passando no Antigo Egito Faraônico o povo o endeusando como En Sabah Nur, com
todo aquele escapismo com ares bíblico
que bem remetiam ao filme “A Múmia” para saber qual será sua motivação para
ameaçar o mundo, assim acertou o tom de sua caracterização no ator Oscar Isaac
bem diferente daquele tom robótico dos quadrinhos. Com o passar do tempo, a
trama chega a 1983, onde então ocorre os eventos que vão ocasionar o despertar
do Apocalipse para o tempo atual. Eu me surpreendi com a maneira como foram
introduzidos os “novos” mutantes na equipe ainda jovem. Como a Jean Grey, o
Ciclope e a Tempestade, de todo a produção caprichada nos cenários e nos
figurinos que bem reproduzem os modismos dos anos 1980, dando aquela sensação
de como se você tivesse vendo algum filme da época, tipo os clássicos juvenis
como “A Vingança dos nerds”, por exemplo, entre outros. Porém, o filme também
pecou demais ao trazer momentos desnecessários trazendo mais aquele furos de roteiro para bagunçar mais a
cronologia cinematográfica. Entre os que mais me incomodaram foi ver o William
Striker aparecendo para capturar alguns dos alunos da Escola, após o Apocalipse
para capturar o Professor Xavier. Para simplesmente ali motivar a introdução do Wolverine com
estes sendo aprisionados na sua base. Onde lá a Jean, o Ciclope e o Noturno é
quem ficam responsáveis por libertá-lo de uma câmara onde ele estava aprisionado e
ela ao libertá-lo usa o seu poder mental
para apagar sua memória. Por si só esta já gerou um furo de roteiro, porque o
Wolverine de todo jeito ia perder a memória mesmo sem uma interferência da Jean Grey. No geral, a
Fox desde que comprou os direitos de adaptação da franquia mutante na década de
1990 ao mesmo tempo em que já fez muitos acertos com a franquia mutante, também
dá umas tremendas escorregadas.
Este filme em desenho animado, inspirado no famoso arco
dos quadrinhos de Alan Moore. Eu pude conferir numa sessão exclusiva na Rede
Cinemark daqui de Natal/RN em parceria com o site do Omelete. Como eu nunca
tinha lido a obra me fascinei muito com este filme em desenho animado. O filme
apresenta uma trama bem razoável. Cumpre bem o dever de ser uma história
voltada para adultos, tirando isto a única coisa que me incomodou bastante foi ver uma cena do
Coringa cantando, algo muito surreal de ver. Parecia uma cena de desenho da
Disney. Tirando isto para mim, valeu conferir um desenho deste na telona, o que
não é muito comum de acontecer.
Inspirado na equipe pouco conhecida do Universo DC Comics
também dividiu e muito as opiniões entre a critica especializada e os dcnautas.
De todo jeito, apesar de apresentar muitas falhas no roteiro, falhas também na
direção do David Ayer, ainda assim consegue ser um filme bem razoável de ser
assistido, graças aos personagens que conseguem sustentarem o escopo o
bagunçado da trama que foi muito mal dilapidada, especialmente a Arlequina que
rouba as cenas o tempo todo. A trilha sonora que também não poupada de receber
criticas negativas, pelo menos consegue criar bem um clima para o filme,
especialmente a famosa canção revival de “Symparth for the Devil”, um clássico dos
Rolling Stones. Tirando isto, o filme fica um tanto perdido. Mesmo assim,
conseguiu lucrar na bilheteria, o que significa que teremos uma futura
sequencia do filme. Espero que desta vez eles saibam como trabalhar na
carpintaria da trama.
Por fim, tivemos Doutor Estranho, apresentação do novo herói dentro da Fase 3 do
Universo Cinematográfico Marvel. Me surpreendeu bastante, também me gerou muito
receio, pelos mesmo fatores clichês de sempre da critica especializada ver um
grande risco e uma incerteza para o sucesso. Como o fato dele ser inspirado num herói não muito conhecido do grande público, por si
só já gerava risco, assim como ele representa um perfil de um sujeito não-muito
agradável, mas o principal fator mesmo era a questão que envolvia o toque
escapista dele trabalhar com forças sobrenaturais, místicas, cósmicas,
dimensionais e por encarar inimigos que representavam entidades com poderes sobre-humanos,
por só fator já criava o grande receio de como isso seria trabalhado no cinema,
ainda mais que a Marvel só tinha trabalhado com heróis mais pé no chão. Fora
também de ser dirigido por um diretor como Scott Derrickson que vem de um currículo
em filmes do gênero horror, tirando dai já dava para imaginar o que podíamos esperar
um toque bem sombrio de um herói que
mexe justamente com elemento de ocultismo. Tudo isto também foi deixado assim
que eu assisti e me fez viajar na sua atmosfera de outro mundo. Me surpreendi
com a atuação de Benedict Cumberbatch no papel principal. Da maneira como ele
apresenta o Stephen Strange como o médico-cirurgião arrogante com visão
ambiciosa e capitalista, até o momento em que após o acidente em que ficou com
suas mãos inutilizadas para fazer cirurgia e isto o faz entrar no fundo do
poço, gastando com cirurgias milagrosas que não resultam em nada. Até o momento
que resolve ir para a Ásia e ir até o antigo da Anciã para encontrar sua cura e
lá descobri os poderes ocultos para torna-lo o Mago Supremo Doutor Estranho. Assim
como o próprio enredo se mostrou bem dosado, ainda que entrando naquela chatice
da velha formula Marvel de proporciona uma piada numa cena inadequada para
quebrar o ritmo e tal. De todo o jeito foi uma obra surpreendente. Apresentando
um gancho para Thor: Ragnarök que estreia neste ano de 2017.
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