Aqui
vai então minha seleção com o balanço das leituras dos cinco quadrinhos ao
longo de 2016. O critério de escolha foi baseado nas obras que não produzi texto
critico de resenha aqui no blog. Então vamos lá.
Publicação
da coleção de encadernados capas dura da Eaglessmoss. Deu-me uma oportunidade incrível
de fazer uma releitura desta obra. Digo isto porque eu já tinha lido este arco
sensacional da Liga da Justiça na antiga publicação da série Super-Heróis
Premium da Editora Abril, um selo que representou uma grande experiência
revolucionária no mercado editorial brasileiro de quadrinhos no começo dos anos
2000. A série Super-Heróis Premium foi a primeira publicação de luxo de
quadrinhos de heróis no Brasil. Antes disso, as publicações dos heróis Marvel e
DC Comics seguiam o padrão das revistas da Turma da Mônica, denominados de
forma irônica como formatinhos. Por se tratarem de publicações de baixo custo,
produções simples, muito modestas fabricadas em papel jornal que gerava uma baixa qualidade para a leitura. Já a série Premium
da Editora Abril surgida em 2000 veio inovando trazendo um formato maior, no
padrão americano, com papel couché para dar melhor qualidade para a leitura e
para trabalhar na qualidade do traço e das paletas de cores, com a lombada
quadrada e a capa cartonada. Ou seja, foi a primeira experiência de publicações
de luxo de quadrinhos, e representou para mim uma experiência muito especial,
porque tinha sido meu primeiro contato em fazer coleções dessa linha. Ainda que
o valor cobrado 10,00 R$ torna-se inacessível a ponto de gerar a extinção do
selo Premium. O arco de Torre de Babel que foi publicado na série Premium
número da Revista do Superman com a capa de “Batman-O Traidor”, bem sugestivo.
De autoria de Mark Waid e Dan Curtis Johnson como roteiristas, Howard Porter, Pablo
Raimond e Steve Scott como desenhistas. Drew Geraci, Mark Propst, Claude ST.
Aubin e Dave Meikis na arte-final, letras de ECC Ediciones e cores de Pat
Garrahy e Tom McCraw e Don Rasper como editor original. O enredo do arco de
Torre de Babel, publicado originalmente nos Estados Unidos entre Julho e
Dezembro de 2000. Trazia um formato muito sensacional, irado demais mostrando
Ra´s Al Ghull planejando criar uma forma de enfraquecer a Liga da Justiça
sabendo dos dados de cada membro por meio do Batman para botar em prática o seu
plano maquiavélico de trazer um caos
mundial onde o mundo não consegue se comunicar, ou seja promovendo uma
verdadeira Torre de Babel. Um ponto que eu destacaria gostei demais neste
encadernado capa dura de luxo da coleção da Ealemoss com os heróis DC Comics é
que assim como os heróis na Salvat tanto preta quanto vermelha, eles também um
conteúdo extra, tipo na primeira folheada temos um texto introdutório
explicando do que se trata o arco de Torre de Babel, com a biografia dos
respectivos autores. Após o final da lida do arco desta edição temos um texto
explicando sobre a origem da Liga da Justiça
com a edição “The Brave and the Bold 28” e em seguida traz a trama de
uma publicação de março de 1960 da Liga
da Justiça da América chamada “Starro, O Conquistador”, com os traços e as paletas de cores originais
e todo o aspecto da caracterização original mostrando a equipe tendo a terrível
ameaça do ser alienígena Starro que veio para a Terra com o plano de dominar a
humanidade. Subiu o meu conceito.
Pertencente
a série da coleção de encadernados pretos da Salvat, o arco de Homem-Aranha:
Azul, de autoria de Jeph Loed como roteirista, Tim Sale como desenhista e Steve
Brucellato como colorista. A trama de Homem-Aranha: Azul, extraída
originalmente da edição americana de
Spiderman: Blue publicada em 2002,
centrada na primeira paixão que o jovem e
atrapalhado nerd Peter Parker, o nosso
Cabeça de Teia, teve antes de conhecer Mary Jane Watson que foi a Gwen Stacy. O
escopo do seu enredo apresenta a jornada do Cabeça de Teia ainda abalado pela perda da
Gwen Stacy morta pelo Duende Verde lembrando sempre dela nos mais inusitados e
diferentes momentos, principalmente quando Mary Jane aparece na vida dele e
durante uma confraternização que ele estava participando no apartamento de
Harry Osborn quando precisou enfrentar a ameaça do Abutre. Além desse, também
enfrenta o Lagarto e o Kraven. Assim como é típico da coleção preta da Salvat,
ele apresenta um conteúdo extra, abrindo com um texto do Marcos M.Lupoi, o diretor de publicações
da Panini, em seguida temos uma rápida explicação dos eventos que antecedem ao
arco, após finalizada a leitura da obra temos os textos biográficos dos autores
Jeph Loeb e Tim Sale e uma apresentação da galeria de artes deles mostrando os rascunhos
para Homem-Aranha: Azul. O mais legal que achei nesta obra é que nas primeiras
folheadas vemos toda a paleta do traço em azul, criando um ar bem melancólico e
sombrio apresentando o contraste com uma rosa vermelha. Muito bem caprichado. Recomendo para quem já tem a coleção completa
preta da Salvat, mas falta adquirir esta obra para ficar completa.
Outro
arco da coleção preta da Salvat da qual fiz minha leitura em 2016 é “Hulk
contra o mundo”. De autoria de Greg Park como roteirista e John Romita Jr. como
desenhista. Extraído da edição original americana de World War Hulk publicado
nos EUA entre Julho de 2007 até Janeiro de 2008. A trama do quadrinho traz a
conclusão da saga do Planeta Hulk, também incluída na coleção da Salvat em duas
partes, mostrando sua volta a Terra revoltado geral com a equipe dos Vingadores
e com toda a humanidade, planejando causar um caos tremendo, ainda mais
trazendo junto consigo os membros do Planeta Sakaar, do qual ele ajudou a sair
da tirania em que vivia. Todos os Vingadores vão vim ter de se mobilizar para
impedir esta grande ameaça causada pelo Gigante Esmeralda, se por só ele já era
ameaçador, com o pavio curto então, e trazendo companheiros alienígenas ai é
que a ameaça tem proporções globais. Uma ótima pedida para quem tem quase
completa as edições pretas da Salvat.
A
edição mensal publicada com o selo Marvel/Panini Comics, extraída da edição
original americana Star Wars 10, publicada em dezembro de 2015. Traz para quem
é fanático de carteirinha mesmo da franquia
um puro deleite desta expansão do filme em quadrinho. Com roteiro de
Jason Aaron, Arte de Stuart Immonen e cores de Wade Von Grawbadger. Nesta obra,
somos apresentados a aventura do Han Solo e da Princesa Leia acompanhado de
Sana pilotando uma nave em fuga. Em paralelo temos Luke prisioneiro do Jabba
The Hutt enfrentando entre a vida e a morte uma arena como gladiador entre
outros momentos sensacionais para aprecia Star Wars. Mesmo quem não curte muito
Star Wars, vai ficar com a arte do traço do Stuart Immonen que representa bem
uma reprodução perfeita detalhe por detalhe
dos personagens do filme e com as tonalidades das paletas de cores
usadas por Von Grawbadger na obra ainda mais sensacional. Fazendo os
personagens clássicos vividos por Harrison Ford como o Han Solo e a Carrie
Fisher(1956-2016) in memoriam ficarem perfeitamente cartunescos.
No
ano em que a personagem mais maluca e sensual dos quadrinhos da DC Comics,
estrelou o filme do Esquadrão Suicida, na pele da bela Margot Robbie. Conhecer
um pouco mais de sua essência, ainda mais numa edição onde conta com outras
duas femmes fatales vilãs dos quadrinhos do Batman como a Mulher-Gato e Hera
Venenosa. Formando o implacável trio das Sereias de Gotham, nome bem
apropriado. Que tem origem na primeira
publicação das três juntas numa série mensal
em quadrinho lançada entre 2009-2011.
Só por isso já me motivo a querer ler
esta edição. Extraído da edição original americana Convergence: Harley Quinn 1
e 2, publicados entre em Junho e Julho de
2015. Com roteiro de Steve Puch e desenhos de Phil Winslade. Com a história de “Na
toca do Coelho” nesta mostra Arlequina envolvida num assalto ao Museu de Arte
de Gotham City. Quando em um confronto com a policia ela se depara com o céu em
sinal de convergência. Depois a trama vai fluindo mostrando vivendo uma vida
comum como a Harlen Quinzel em seu apartamento num rolo com um cara, depois
temos a Hera Venenosa e a Mulher-Gato encarando uns trogloditas quando lá se
deparam com uma voz do céu em convergência, é então que elas vão atrás da
Arlequina para encararem o grande perigo. Que envolve seres alienígenas mutantes
em formas de animais como um porco e um coelho que é chamado de Capitão
Cenoura. O que ocorre nas paginas seguintes com “Caça ao Coelho”. Para o leito
que nutre algum tesão pela Arlequina, não só por ela, mas pela Mulher-Gato e
pela Hera Venenosa, vale a pena adquirir esta edição. Ele traz um arco bem
fechado, apesar da trama apresentar elementos muito bobinhos. Mas pelas Sereias
de Gotham vale a pena fazer, principalmente porque existem rumores de que a
Warner está pensando em produzir um filme com este grupo. E assim poder
conhecer um pouco da essência de cada uma.
Para
finalizar a lista, descrevo sobre uma edição especial que é a Coletânea
Potiguar de Quadrinhos, um projeto contemplado pelo Edital Moacy Cirne de
Quadrinhos apresentado numa edição de
luxo, no encadernado capa dura em formato grande ao estilo das publicações
americanas em papel couchê e com a lombada quadrada. Esta edição única
que adquiri quando fui ao lançamento na antiga Loja K-Ótica, onde estavam
presentes um dos autores José Verissimo e Marcos Guerra para autografar esta
edição. Reunindo sete diferentes
histórias escritas e desenhadas por diferentes quadrinistas potiguares, cada um
apresentando uma abordagem peculiar, bem representado na identidade visual dos
traços e das tonalidades e paletas de cores, bem ecleticamente democrático que
pode agradar a todos os diferentes públicos de gregos a troianos. A primeira história
que abre o encadernado é “O Tempo Voa”, criação da ilustradora e artista
plástica Estrela Santos que nos apresenta uma trama muito simples, mas que envolve uma situação bem comum do
dia-a-dia, com uma mulher sem nome indo ao banheiro onde vive sendo
incomodada por uma mosca. O traço que
ela utiliza é sensacional, uma verdadeira obra de arte, com paletas de cores
incríveis e o roteiro simples, mas muito envolvente e reflexivo dão o tom deste
quadrinho no qual espelha a vida nossa rotineira. Após a lida desta primeira
obra, temos em seguida “Nova Era”, com roteiro de Rodrigo Bezerra, desenhos de
Carlos Alberto e cores de Miguel Rude. Esta história nos traz uma pura viajada ao ambiente do escapismo científico, mostrando um cenário da
Natal futurista pós-apocalíptica após o acontecimento cataclísmico como previa
o calendário maia em dezembro de 2012. Onde o sol provoca a inversão do polo
magnético da Terra, causando um caos energético muito grande. Pois dessa forma
os elétrons não criam mais atritos e nem combustão. É nisso que vemos a surgir
uma nova sociedade denominada de Nova Era que passa criar as relações com as
energias só poderem ser fabricadas por fusões e provocações nucleares de
elétrons. Isso vai se refletir mil anos depois, na Natal do ano 3012 mostrando
o grupo paramilitar da Nova Era impedindo
um grupo denominado de Viggis, sujeitos com objetivos gananciosos querem usar daquilo para caráter mais mal intencionados possíveis. O escopo do roteiro da
HQ bem escrita pelo Rodrigo Bezerra somados a estética visual do
traço do Carlos Alberto e as cores do Miguel Rude, deixaram a obra fantástica,
incrível, espetacular. Principalmente na ideia de trazer um clima, uma atmosfera bem sci fi, ou seja, de ficção científica com toques de suspense, ação e muita tensão com elementos de
thriller político cheio de intrigas entre outros, que não deixam nada a desejar. As
ilustrações são perfeitas, ainda mais como imaginam o que seriam o panorama urbanístico
de Natal daqui há uns 100 ou 1000 anos de diferença, com os carros voadores por
exemplo. Para quem gosta de elementos sci fi com certeza vai amar esta obra. Em
seguida temos a leitura de “Oceano de Cinzas”, com roteiro de Marcos Guerra e
arte de Leander Moura. Para quem gosta
de quadrinhos mais sombrios, ou melhor de terror, esta aqui é um prato cheio.
Ela traz aqui uma trama cheia de delírios sobre o universo dos sonhos, dos
pesadelos apresentando muitos elementos surreais. O estilo do traço e das tonalidades de cores sombrias com
destaque para o azul e o preto colocada pelo Leander Moura casam perfeitamente
com a trama muito profundamente reflexiva que a obra proporciona sobre os
nossos anseios psicológicos. Depois
temos “Ultra Secreto”, história com roteiro do Rodrigo Bezerra e desenhos do
Carlos Alberto que nos faz viajar até a Natal da década de 1940 quando serviu
de base militar para os americanos na
Segunda Guerra Mundial, com uma trama bem simples que consegue mesclar bem elementos
de didatismo com pura diversão com o recurso narrativo das licenças poéticas
para dar um toque de frescor a obra. Principalmente nos personagens José e
John. José na obra representa uma típica figura de um cidadão natalense comum
que constrói um forte relacionamento de amizade com John, um militar americano
em serviço na Base Aérea de Natal. E nesta amizade dos dois que podemos alguns
estranhamentos de ambas as partes com alguns hábitos culturais. Como por
exemplo, José estranhar ele lhe oferecer chiclete e por outro John mostrar certo estranhamento com o costume alimentar
tipicamente nordestino. Ou mesmo, mostrando José usando calça jeans e óculos
escuros, um típico do que a influencia da presença americana trouxe para a
capital, que até então carregava hábitos mais provincianos. O estilo da arte
usa um tom bem catunesco sem cores. Em seguida, “Black et Blanc”, com roteiro e
letras da Milena Azevedo e arte do José Verissimo que nos traz uma trama
curiosa ambientada em Memphis, no Tenesse no ano de 1961, mostrando uma mulher
negra se preparando para ir a um baile na sexta-feira a noite, no mesmo momento
que aparecem uns caras brancos preparados para promover o terror com suas
intolerantes do racismo. E ao saber disso, ela resolve preparar uma armadilha
para ensinar uma verdadeira lição. Uma trama densa mais carregada de um tom
bastante reflexivo. Depois temos, “O Senhor da Tempestade Negra”, com roteiro
de Rodrigo Bezerra e Marcos Guerra, desenhos de Renato Medeiros e arte-final de
Carlos Alberto. Que nos apresenta uma trama escapista mostrando um
acontecimento milenar ocorrido quando o guerreiro Woodrocker fez um juramento com
uma espada na hora de encarar um ser demoníaco chamado Cthulhu, que amaldiçoou
sete vezes o nome dele. Algo que vai se refletir no tempo quando alguém
apoderado passa a criar um perigo ameaçador, que só mesmo alguém mais expert
pode vencê-lo. Um enredo bem apavorante, com as ilustrações sem casando muito
perfeitamente em cada quadro de cena. É capaz até de te provocar medo. É bem
pesado. Se você nervos sensíveis, recomendo não dá uma lida neste trama. Finalizando
temos “Eni-guima”, criação de Wanderline Freitas que nos presenteia com uma
trama muito surpreendente em tom de comédia ácida mostrando o detetive
Eni-guima tentando convencer o Urubu-man, o defensor de Gota City que sob o
hipnotismo do Apagão, o chefe do crime organizado na região o faz ficar
amedrontado e sem estimulo de o combater. E ele precisará usar das palavras de estímulos
para convencê-los a voltar a combate-lo. Uma trama muito fascinante, cheios de
muitas referencias ao universo da cultura pop, com muito humor ácido. O traço
que ele criou também reflete com um tom bem caricato dos personagens que
apresentam um aspecto bem cartunesco. E sem cores melhor ainda, criam um charme
bastante noir. Isso tudo é o que posso descrever sobre as histórias
apresentadas aqui na “Coletânea Potiguar de Quadrinhos”.
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